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É muito triste cancelar um sonho

Desde que comecei a trabalhar com outros autores, anos atrás, sempre neguei o fato de a maioria dos escritores serem norteados pelos seus sonhos e não pelo desejo profissional de carreira. Infelizmente, cada dia mais percebo que de cada dez escritores um realmente se importa em ter uma carreira. Os outros nove costumam desejar apenas ver o livro publicado, “ser lido” e não se importa genuinamente que aquela história ou mensagem gere pra ele uma profissão, uma carreira.

Talvez esse seja o motivo do nosso mercado andar tão terrível.

Livros não são sonhos, livros são ferramentas. Quem os escreve coloca suas almas, seu conhecimento ou sua criatividade ali para que outro possa usufruir em troca de algo. Este escritor precisa ser recompensado, no entanto com livros como sonhos isso fica bem impossível. Por isso a própria Voe tenta desviar dos sonhadores, mas nem sempre acertamos.

A ilusão as vezes é só uma máscara do sonho de ser autor, e nessa eu caio bastante.

Aparentemente a Voe vai cancelar seu segundo título em menos de um ano. Mais um escritor que confiamos, que ele aparentemente confiava também, mas quando a ilusão se desfez e o “sonho” se concretizou, o autor desaparece. O formato da Voe pode não ser perfeito, mas é a melhor forma de testar se um escritor é um sonhador ou um escritor de fato.

A mensagem final é de que se você sonha em ser escritor você já está sonhando errado. Sonhe em ter leitores, em ter público, em viver das suas histórias ou ensinamentos escritos.

Sonhar em ser escritor é como sonhar em pular de bungee-jump. Pode demorar, ser assustador, mas depois que você pula acaba em um instante.

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